1- (UERJ–2018) Naquele Império, a arte da cartografia alcançou tal perfeição que o mapa de uma única província ocupava uma cidade inteira, e o mapa do Império uma província inteira. Com o tempo, estes mapas desmedidos não bastaram e os colégios de cartógrafos levantaram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto por ponto. Menos dedicadas ao estudo da cartografia, as gerações seguintes decidiram que esse dilatado mapa era inútil e não sem impiedade entregaram-no às inclemências do sol e dos invernos. Nos desertos do oeste perduram despedaçadas ruínas do mapa habitadas por animais e por mendigos.
BORGES, J. L. Sobre o rigor na ciência. In: História universal da infâmia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.
No conto de Jorge Luís Borges, apresenta-se uma reflexão sobre as funções da linguagem cartográfica para o conhecimento geográfico. A compreensão do conto leva à conclusão de que um mapa do tamanho exato do Império se tornava desnecessário pelo seguinte motivo:
A) extensão da grandeza do território político.
B) imprecisão da localização das regiões administrativas.
C) precariedade de instrumentos de orientação tridimensional.
D) equivalência da proporcionalidade da representação espacial.
2- (CEFET-MG–2017) Leia o trecho a seguir. Há 250 milhões de anos, no fim da Era Paleozoica, existia na Terra o supercontinente Pangeia, que era circundado pelo Oceano Pacífico. Há 200 milhões de anos esse supercontinente teria começado a se fragmentar em vários continentes, adquirindo, com o tempo, as configurações atuais. Essa teoria foi idealizada pelo meteorologista Alfred Wegener. Ele concebeu a ideia de que os continentes seriam compostos por materiais mais leves que o fundo oceânico. Desse modo, os continentes estariam “flutuando” e migrariam sobre o fundo oceânico, tal como os icebergs.
SUGUIO, K.; SUZUKI, U. A evolução geológica da Terra e a fragilidade da vida. São Paulo: Blucher, 2009. p. 18.
A teoria citada explicita a ideia de que
A) as áreas oceânicas mantêm-se inalteradas.
B) existem ciclos de movimentação das placas tectônicas.
C) há evidências de reações nucleares no interior do planeta.
D) movimentos convergentes predominam sobre os divergentes.
3- (Mackenzie-SP–2018) As forças endógenas (ativa e passiva) comandam a formação das formas do relevo através do condicionamento estrutural. A força endógena ativa corresponde à comandada pela energia do interior da Terra e se manifesta pela dinâmica da litosfera através da tectônica de placas. Essa força é chamada de tectônica e provoca soerguimentos dos continentes (epirogenia) e dobramentos nas bordas dos continentes (orogenia). Associados a essas atividades ocorrem os falhamentos, os fraturamentos e o vulcanismo.
ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. 2000. p.36, 38.
Com base nas informações anteriores e em seus conhecimentos sobre o assunto, avalie as afirmativas.
I. A orogênese e a epirogênese não podem ser entendidas como movimentos desarticulados. As duas são produtos da deriva continental e do choque entre as placas tectônicas.
II. O processo de orogenia andina iniciou-se no Mesozoico e prolongou-se até o Cenozoico; durante este último ocorreu a epirogenia do continente sul-americano.
III. O vulcanismo tem suas causas ligadas à tectônica de placas e apresenta atividade mais intensa ao longo das dorsais mesoceânicas e nas cadeias orogênicas.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) I, II e III
4- (Enem) Suponha que o universo tenha 15 bilhões de anos de idade e que toda a sua história seja distribuída ao longo de 1 ano – o calendário cósmico –, de modo que cada segundo corresponda a 475 anos reais e, assim, 24 dias do calendário cósmico equivaleriam a cerca de 1 bilhão de anos reais. Suponha, ainda, que o universo comece em 1º de janeiro à zero hora no calendário cósmico, e o tempo presente esteja em 31 de dezembro às 23 h 59 min 59,99 s. A escala a seguir traz o período em que ocorreram alguns eventos importantes nesse calendário
Se a arte rupestre representada fosse inserida na escala, de acordo com o período em que foi produzida, ela deveria ser colocada na posição indicada pela seta de número:
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.
5- Um professor, ao realizar uma viagem pelo Planalto Central do Brasil, fotografou a imagem a seguir e, ao chegar à sua cidade, apresentou a foto aos alunos durante uma aula de Geografia. Ele propôs um desafio: pediu a cinco alunos que denominassem a forma de relevo e a caracterizassem. Aline, Thiago, Higor, Pércia e Leo foram os alunos escolhidos; aquele que venceu o desafio foi:
A) Aline – A imagem corresponde a formas denominadas planaltos – área onde a deposição de materiais e sedimentos é maior que a erosão.
B) Thiago – A imagem corresponde a formas denominadas chapadas – forma planáltica de superfície aplainada (tabular) e encostas de declive acentuado ou quase verticais.
C) Higor – A imagem corresponde a formas denominadas cuestas – relevo dissimétrico formado por diferentes camadas de rochas (basalto sobre arenito) com uma porção frontal (front) côncava e inclinada e uma porção posterior (reverso) de declive suave. À sua frente, podem aparecer morros, testemunhos que indicam a posição da cuesta em tempos passados.
D) Pércia – A imagem corresponde a formas denominadas pediplanos – superfícies muito aplainadas e muito erodidas típicas de regiões com clima de reduzida umidade.
E) Leo – A imagem corresponde a formas denominadas inselbergs – são formas residuais que se destacam em meio aos pediplanos do Sertão nordestino brasileiro e que resistiram à erosão devido à composição de suas rochas.
6- (UFMG) Analise este croqui.
A partir da análise dessas configurações típicas da pressão atmosférica, é incorreto afirmar que
A) a circulação atmosférica decorre e depende, nas suas características básicas, da coexistência próxima dessas configurações.
B) a circulação em X, centrípeta, no sentido horário, é denominada ciclônica, e a em Y, centrífuga e anti-horária, é denominada anticiclônica.
C) as configurações da pressão atmosférica são fixas e estáticas, e o ar é que se desloca, gerando o vento.
D) os redemoinhos, os tornados e os furacões são deslocamentos do ar que, no Hemisfério Sul, ocorrem segundo o modelo da circulação em X.
7- (FGV) Observe a charge.
A charge faz alusão à independência de Kosovo, em fevereiro de 2008, e sobre a qual são feitas as seguintes afirmações:
I. entre os países membros da União Europeia, não houve unanimidade sobre o reconhecimento imediato do novo país, pois sua independência cria grave precedente para todos aqueles que têm minorias étnicas, como é o caso da Espanha e da Grécia;
II. a maioria albanesa que habita Kosovo comemorou a independência, pois foi perseguida pelos sérvios durante o longo período da Guerra dos Bálcãs;
III. os Estados Unidos com forte influência sobre a OTAN, que administrava a região de Kosovo desde 2000, opuseram-se à independência;
IV. a Sérvia e a Rússia declararam-se contrárias à independência, pois, segundo esses países, a região kosovar deveria permanecer como região sérvia.
Está correto apenas o que se afirma em
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) II e IV.
E) III e IV.
8- (Enem) A singularidade da questão da terra na África Colonial é a expropriação por parte do colonizador e as desigualdades raciais no acesso à terra. Após a independência, as populações de colonos brancos tenderam a diminuir, apesar de a proporção de terra em posse da minoria branca não ter diminuído proporcionalmente.
MOYO, S. A terra africana e as questões agrárias: o caso das lutas pela terra no Zimbábue. In: FERNANDES, B. M.; MARQUES, M. I. M.; SUZUKI, J. C. (Org.). Geografia agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Com base no texto, uma característica socioespacial e um consequente desdobramento que marcou o processo de ocupação do espaço rural na África Subsaariana foram:
A) Exploração do campesinato pela elite proprietária – domínio das instituições fundiárias pelo poder público.
B) Adoção de práticas discriminatórias de acesso a terra – controle do uso especulativo da propriedade fundiária.
C) Desorganização da economia rural de subsistência – crescimento do consumo interno de alimentos pelas famílias camponesas.
D) Crescimento dos assentamentos rurais com mão de obra familiar – avanço crescente das áreas rurais sobre as regiões urbanas.
E) Concentração das áreas cultiváveis no setor agroexportador – aumento da ocupação da população pobre em territórios agrícolas marginais.
9- (Enem-2018) Em Beirute, no Líbano, quando perguntado sobre onde se encontram os refugiados sírios, a resposta do homem é imediata: “em todos os lugares e em lugar nenhum”. Andando ao acaso, não é raro ver, sob um prédio ou num canto de calçada, ao abrigo do vento, uma família refugiada em volta de uma refeição frugal posta sobre jornais como se fossem guardanapos. Também se vê de vez em quando uma tenda com a sigla ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), erguida em um dos raros terrenos vagos da capital.
JABER, H. Quem realmente acolhe os refugiados? Le Monde Diplomatique Brasil, out. 2015 (Adaptação).
O cenário descrito aponta para uma crise humanitária que é explicada pelo processo de
A) migração massiva de pessoas atingidas por catástrofe natural.
B) hibridização cultural de grupos caracterizados por homogeneidade social.
C) desmobilização voluntária de militantes cooptados por seitas extremistas.
D) peregrinação religiosa de fiéis orientados por lideranças fundamentalistas.
E) desterritorialização forçada de populações afetadas por conflitos armados.
10- (FUVEST-2019) A metropolização de São Paulo foi induzida pela industrialização no século XX. Nas últimas décadas, o deslocamento de parte da indústria da metrópole e o crescimento do setor terciário avançado revelam a primazia do capital financeiro, que se articula com o setor imobiliário e produz, por exemplo, os edifícios corporativos, sede deste terciário.
Carlos, A.F.A. São Paulo: do capital industrial ao capital financeiro. In: Carlos, A.F.A. e Oliveira. A.U. Geografias de São Paulo: a metrópole do século XXI. São Paulo. Adaptado.
Conjuntos comerciais verticais lançados no município de São Paulo de 1992 a 2015
Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio: Embraesp. 2015. Adaptado.
Com base no texto e no mapa, é correto afirmar que
(A) o crescimento do terciário avançado indica o aumento de estabelecimentos industriais, ambos dispersos em São Paulo.
(B) a produção industrial em São Paulo está concentrada nas áreas centrais, o que induziu a proliferação de edifícios corporativos.
(C) os edifícios corporativos concentram a produção de manufaturados e, em São Paulo, estão concentrados nas áreas de maior densidade populacional.
(D) o setor terciário avançado ocupa os edifícios corporativos e está concentrado em poucos distritos da metrópole de São Paulo no momento atual.
(E) a desconcentração industrial em São Paulo foi acompanhada da dispersão do setor terciário avançado.
11- (Uncisal–2016)
ÁVILA, R. I.; MACHADO, A. M. Transição demográfica brasileira: desafios e oportunidades na educação, no mercado de trabalho e na produtividade. Porto Alegre: fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser, 2015. p. 5. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/textos-para-discussao>. Acesso em: 03 nov. 2015.
A análise do modelo de transição demográfica permite afirmar que na
A) fase 1 os altos índices de natalidade são determinados pelo processo acelerado de urbanização.
B) fase 2 há uma signifi cativa queda nas taxas de mortalidade, devido ao que fi cou conhecido como revolução sanitária.
C) fase 3 o crescimento vegetativo se torna alto, provocando o fenômeno da explosão demográfi ca.
D) fase 3 a diminuição da natalidade está ligada ao incremento de jovens no mercado de trabalho e à manutenção de um modelo familiar patriarcal.
E) fase 4 o crescimento vegetativo se torna negativo, obrigando o país a adotar medidas de controle de natalidade.
12- (UEFS-BA–2015) Conhecer a estrutura da população sob os aspectos (etário, profissional, educacional, disponibilidade de força de trabalho) é de maior importância para os governantes ou dirigentes responsáveis pelo planejamento econômico de um país. Conhecendo a estrutura etária da população, é possível, por exemplo, saber quantos novos empregos, novas vagas nas escolas e novas habitações terão de ser criados para atender às necessidades da população. Com base na afirmação e nos conhecimentos sobre a estrutura, a população mundial e latino-americana, é correto afirmar:
A) A representação gráfica de um país subdesenvolvido, através de uma pirâmide etária, deve conter base larga, indicando alta natalidade e topo estreito, evidenciando a baixa expectativa de vida.
B) Os nascimentos não demonstram um grande desequilíbrio entre os sexos, mas, posteriormente, nota-se um predomínio do número de pessoas do sexo masculino.
C) Os países desenvolvidos da Europa agrupam a maior parte da PEA (População Economicamente Ativa) no setor primário, enquanto os países subdesenvolvidos da América Latina possuem a sua população economicamente ativa concentrada no setor secundário.
D) O corpo da pirâmide etária de um país desenvolvido encontra-se em processo de alargamento, em razão do crescente percentual de idosos na sua população.
E) Os países subdesenvolvidos industrializados concentram sua PEA em um setor terciário hipertrofiado, devido à mão de obra possuir boa qualificação profissional.
13- (USF-SP–2016) Analise o gráfico.
Número de migrantes que os países da UE podem receber, segundo as cotas
A União Europeia propõe cotas de refugiados para países-membros Proposta da Comissão Europeia estabelece a divisão dos refugiados entre os países do bloco europeu. A intenção é aliviar a pressão dos países na costa do Mar Mediterrâneo que recebem o maior contingente de imigrantes. Entre os critérios para a distribuição dos imigrantes entre os países europeus, estão
A) a relação de colonização entre os séculos XIX e XX.
B) a faixa etária e o gênero conforme demonstrado no gráfico.
C) o nível de escolaridade semelhante aos países de destino.
D) o tamanho da população e o PIB.
E) semelhanças étnicas entre os imigrantes e os países de destino.
14- (Albert Einstein–2016) “No Brasil o fenômeno metropolitano chega ao seu ápice a partir da década de 1960, quando o processo de urbanização alcança novo patamar, baseado no aumento das cidades milionárias [...]”
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Editora Hucitec, 1996. p. 66-67.
Considerando o momento que vivemos pode-se dizer que o fenômeno metropolitano no Brasil
A) ampliou-se de modo a existirem hoje no país duas metrópoles, fora São Paulo e Rio de Janeiro, que ultrapassaram a cifra de três milhões de habitantes.
B) ainda é intenso, possui escala nacional e está inclusive interiorizado, marcado por forte dinamismo econômico, mas também por contrastes sociais importantes.
C) permaneceu vigoroso, mas sem os recursos modernos de telecomunicações, de modo que muitas metrópoles não conseguem exercer influência regional importante.
D) manteve-se circunscrito às regiões mais industrializadas do país, especialmente no Sudeste; noutras regiões, pode-se falar apenas em crescimento de cidades médias.
15- (Enem)
No esquema, o problema atmosférico relacionado ao ciclo da água acentuou-se após as revoluções industriais. Uma consequência direta desse problema está na
A) redução da flora.
B) elevação das marés.
C) erosão das encostas.
D) laterização dos solos.
E) fragmentação das rochas.
GABARITO:
1- D
2- B
3- E
4- E
5- B
6- C
7- B
8- E
9- E
10- D
11- B
12- A
13- D
14- B
15- A
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