A SAÚDE ÍNTIMA DA MULHER CARENTE
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A menstruação é um importante período da vida feminina, embora, ainda hoje hajam tabus que cercam esse assunto, o qual exige ações combativas sobre a desinformação e silenciamento. Valendo-se disso, é importante conhecer que uma expressiva parte do problema reside na intensa desigualdade social em que o Brasil se insere e, que além disso, a pobreza menstrual é capaz de representar uma barreira para frequentar a escola, por exemplo.
Sob essa perspectiva, a ineficácia de políticas públicas no enfrentamento da pobreza menstrual, traduz-se em um desamparo das camadas sociais mais debilitadas. Com efeito, o sociólogo francês Pierre Bourdieau afirma que a desigualdade social representa uma forma de dominação e que está alicerçada em uma reprodução dessa estrutura ao longo de gerações. Nesse viés, a pobreza menstrual explicada pela desigualdade social é, por certo, mais um reflexo do determinismo social - e que as mulheres são as principais vítimas.
Além disso, o deficiente acesso aos artigos de higiene, bem como aos absorventes, afastam as mulheres dos espaços sociais - incluindo o ambiente escolar -, o que demonstra o caráter de segregação que a pobreza menstrual pode adotar. Uma vez que a formação escolar e, consequentemente cultural, está comprometida, a mobilidade social também está compreendida, o que reitera a reprodução de lacunas sociais. Com vista na continuação do impasse na sociedade brasileira, cabe então, uma interferência estatal na resolução do problema.
Portanto, o Ministério da Mulher deve, rapidamente, implantar programas estatais que democratizem o acesso aos bens de higiene necessários para as mulheres nos períodos de menstruação, por meio de investimentos governamentais e políticas públicas empenhadas em atenuar a evasão escolar causada pela ausência desses artigos. Outrossim, esses programas não devem se restringir em fornecer bens materiais, mas devem preocupar-se, também, em explicar sobre a menstruação, rompendo com os tabus vigentes. E, após a adoção dessas alterações, será possível vencer essa problemática.
Por Victor Hugo Barbosa Batista
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