A ideia de normal está baseada em convenções sociais de comportamento coletivo inseridas em uma realidade. No entanto, quando há o distanciamento desses padrões pelo indivíduo, haverão julgamentos alicerçados em preconceitos já estabelecidos naquela sociedade. Dessa forma, a normalização de ideias na sociedade brasileira se mostra prejudicial pois não fornece visibilidade para o novo, o que facilmente corrobora para a conservação de ideologias seculares e inapropriadas para o hodierno tecido social.
Em primazia, é necessário externar a ineficácia do sistema educacional em prover um senso crítico com afinidade para o novo, fato que promove a existência de preconceitos. Em consonância ao exposto, está o pensamento do pensador iluminista John Locke, um expoente defensor da liberdade de pensar e agir conforme os ideais do indivíduo. Assim, aquilo defendido por Locke mostra-se distante do que é evidenciado na sociedade atual, onde as novas ideias são sempre reprimidas.
Outrossim, as consequências de censurar um pensamento diferente daquilo já imposto gera na sociedade a ideia de alienação. Não obstante, para a filosofia, o não posicionamento sugere a submissão de ideias pré-estabelecidas. Paralelamente, a incapacidade de se mostrar favorável ou contra determinado assunto se traduz como a subordinação dos próprios interesses aos interesses de outrem, fato que explicita a perca de identidade e de autonomia do homem. Logo, é clara a insustentabilidade do status quo referido.
Portanto, é mister a atuação do Estado para atenuar a atual condição da sociedade. Afim de gerar um exame crítico, urge que o Estado crie, por meio de investimentos governamentais, campanhas publicitárias que estimulem nos cidadãos a plena capacidade de aceitar ideias diferentes daquelas anteriormente propostas por agentes sociais. Somente assim o combate a padrões será possível e, assim, sanado o problema secular.
Por Victor Hugo Barbosa Batista
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